INTRODUÇÃO
O Evangelho segundo Mateus é um dos quatro
livros da Bíblia a contar a história de Jesus: desde sua anunciação à Maria,
pelo anjo Gabriel, até sua ressurreição, dando início à igreja primitiva sob a
influência do Espírito Santo.
É importante frisar que a palavra
EVANGELHO, traduzida do grego, significa BOAS NOVAS, ou BOAS NOTÍCIAS (Nos
versículos 10 e 11, do capítulo 2 de Lucas, encontramos: E o anjo lhes disse: não temais, porque eis
aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na
cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor).
Então, são boas novas, boas notícias sobre Jesus, sobre o Reino dos céus. Daí
que algumas versões preferem trazer o título como O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
(para o distinguir dos outros três – Marcos, Lucas e João), ao invés de O
EVANGELHO DE MATEUS.
Outra coisa importante que precisamos
identificar no livro é o seu início, que indica um dos propósitos do livro. No
primeiro versículo, temos: Livro da geração de Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de
Abraão. Esse fato, tanto dá legitimidade à Jesus como sendo o
Messias esperado, como, também, segundo alguns historiadores e críticos, liga
Jesus às alianças feitas com Davi e Abraão, encontradas em 2 Sm 7.8-16 e Hb 11.
17-19).
A partir de agora, veremos algumas características
peculiares dessa que é considerada uma das maiores obras da literatura cristã,
inspirada por Deus, a saber: sua autoria, destinatários, data em que foi
escrita, propósito, resumo e algumas curiosidades.
Quem
escreveu o Evangelho?
Se analisarmos pelo ponto de vista das
evidências explícitas no próprio livro, diríamos que a autoria é anônima, como
sugerem alguns historiadores, pois não consta no livro o nome do seu autor. Segundo
esses críticos, o Evangelho teria sido escrito por um cristão anônimo do
primeiro século, que teria se utilizado de alguns escritos originais do
referido apóstolo. No entanto, não há provas convincentes que negue a autoria
do livro como sendo de Mateus e há fortes incidências de que a igreja primitiva
tenha atribuído a autoria do livro ao apóstolo Mateus, também chamado de Levi.
O importante é que a mensagem e conteúdo do livro nos revelam que o Espírito
Santo conduziu a composição dessa importante obra sobre a vida de Jesus.
A quem
este Evangelho se destina?
Especula-se que o livro tenha sido escrito
a irmãos da igreja em Antioquia, que comportava judeus e gentios convertidos.
Mas o livro não responde a essa pergunta.
Entretanto, pelo conteúdo do livro,
infere-se que Mateus tenha escrito o livro para judeus cristãos e gentios
convertidos com conhecimento elevado dos escritos do Antigo Testamento. Essa
crença se deve ao fato de que o autor se utilizou muitas vezes de expressões
próprias do judaísmo, sem explica-las, diferente de Marcos e Lucas, tornando-as
incompreensíveis àqueles que não fossem judeus. Expressões como REINO DOS CÉUS,
CIDADE SANTA, CASA DE ISRAEL, CONSUMAÇÃO DO SÉCULO E FILHO DE DAVI sustentam a
teoria de que os destinatários eram judeus convertidos.
Qual a
data em que foi escrito?
Há uma grande discussão sobre a data em
que o livro foi escrito, porém é quase unânime a aceitação de que tenha sido
escrito entre os anos 60 e 70 d.C, uma
vez que acredita-se que seu autor tenha se utilizado das informações contidas
no livro de Marcos. Isso parece claro quando analisamos
ambos os Evangelhos: dos 661 versículos do Evangelho de Marcos, 606 possuem
paralelo no Evangelho de Mateus. Embora falte uma evidência absoluta,
Antioquia da Síria, por volta de 75 d.C., são local e data plausíveis e
prováveis.
Qual o seu propósito?
O propósito e tema do Evangelho de Mateus é apresentar Jesus
como o Messias, o Filho de Deus. Ele é descrito no primeiro Evangelho como
sendo o cumprimento das profecias anunciadas pelos profetas no Antigo
Testamento.
Logo na genealogia do capítulo 1, Mateus mostra que Jesus é o tão esperado
rei prometido, pois o identifica como descendente de Davi e Abraão. O reino que
Ele trouxe é o cumprimento do plano de redenção de Deus.
Segundo Mateus, sobre Jesus, sabemos que: Ele cumpriu as Escrituras;
inaugurou o Reino de Deus; comissionou seus seguidores a espalhar esse reino a
todos os povos, tribos e línguas; advertiu que a tarefa de evangelizar seria
acompanhada de aflições e perseguições, mas também avisou que sempre estaria
com aqueles que são seus. Por fim, Ele prometeu que um dia retornará e o Reino
de Deus alcançará sua plena realização.
Com um arranjo sistemático muito bem feito, o autor do primeiro
Evangelho traz uma categorização e organização dos temas de forma impecável.
Como se
organiza o Evangelho segundo Mateus?
Dependendo
do estudioso, tradutor e versões, variam-se os esboços, partes ou divisões do
livro. De forma geral, podemos assim resumi-lo:
Prefácio
ou Introdução (1.1
– 2.23): Do versículo primeiro do capitulo 1, ao versículo 23 do capítulo 2,
encontramos os relatos sobre a genealogia (42 gerações de Abraão até Cristo), o
nascimento (Belém da Judeia), infância e juventude de Jesus.
A vinda
do Reino dos Céus (3.1
– 7.29): Aqui, encontramos João Batista anunciando Jesus como o Messias que traria
o Reino dos Céus, batismo, tentação e primeiros discípulos de Jesus e o
conhecido SERMÃO DA MONTANHA.
As
obras do Reino dos Céus (8.1 – 10-42): Nessa seção, presenciamos
alguns dos muitos milagres de Jesus e, também, a missão dos doze discípulos, no
Reino dos Céus.
A
natureza do Reino dos Céus (11.1 – 13.58): Jesus explicou a verdadeira natureza de seu reino. Ele mostrou que não
se tratava de um reino conforme as expectativas populares. As parábolas de Jesus registradas no capítulo 13 mostram
claramente essa verdade.
A
autoridade do Reino dos Céus (14.1 – 18.35): A autoridade de
Jesus, como Rei, é demonstrada na atuação de mais milagres, parábolas e ações
que revelam seu caráter inquestionável.
As
mudanças do Reino dos Céus (19.1 – 25.46): Nesses capítulos, Jesus denunciou a hipocrisia dos
religiosos judeus, ensinou sobre as grandes mudanças que o seu reino promove,
como um reino justo e reto. Nessa seção também está registrado o sermão
profético de Jesus.
A paixão e a
ressurreição de Cristo (26:1-28:20): Na parte final há um relato detalhista das aflições as
quais Jesus foi submetido. Assim, Ele é apresentado como o Rei vitorioso que
ressuscitou. Antes da ascensão ao céu, Jesus também comissionou os seus
discípulos a pregarem o Evangelho por todo
o mundo.
Você
sabia?
1. Dentre os
Evangelhos, o Evangelho de Mateus é o que possui mais estilo judaico.
2. Era o
Evangelho mais utilizado pela Igreja Primitiva, principalmente para
discipulados.
3. É o
Evangelho que mais cita a frase “para que se cumprisse o que
fora dito”.
4. A palavra
“reino” é encontrada cinquenta e seis vezes no Evangelho de Mateus. A expressão
“Reino dos Céus” só é encontrada nesse Evangelho.
5. É o
Evangelho que mais apresentou Jesus como Rei dos Judeus.
6. Os cinco
sermões principais encontrados no Evangelho de Mateus (Sermão do Monte,
Instruções aos Doze, As Parábolas do Reino, A Comunidade Cristã, que trata do
caráter dos verdadeiros seguidores do Senhor, e o Sermão
Escatológico de Jesus) contém os textos mais completos entre os
Evangelhos sobre o ensino de Jesus.
7. Embora
tenha sido originalmente escrito para a igreja em Antioquia, constituída de
judeus e gentios, claramente o objetivo do Evangelho de Mateus não era apenas
ficar restrito aquela congregação, mas que fosse propagado também entre todos
os seguidores de Cristo ao longo dos tempos.
Referências:
https://estiloadoracao.com/o-evangelho-de-mateus/
L. M. Petersen (https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/07/estudo-do-evangelho-de-mateus.html)
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