INTRODUÇÃO
DOS LIVROS HISTORICOS E O LIVRO JOSUÉ POR DAVID ZUHARS
INTRODUÇÃO - LIVROS HISTÓRICOS
1. O Velho Testamento está dividido na seguinte
maneira.
1. O Pentateuco. 5 livros de Moisés. Gênesis -
Deuteronômio.
2. Os Livros Históricos. 12 livros. Josué - Ester.
3. Os Livros Poéticos. 5 Livros. Jó - Cantares de
Salomão.
4. Os Livros Proféticos. 17 livros.
Profetas Maiores, Isaías - Daniel. Profetas
Menores, Oséias - Malaquias.
2. O Conteúdo Abreviado do Velho Testamento.
1. O Pentateuco dá a história do povo do mundo da
criação até a chegada de Israel em Canaã. (Palestina ou Terra prometida).
2. A Terra de Canaã - o povo desta terra era da
descendência de Canaã, o neto de Noé.
3. Palestina - esta palavra vem do grego e
significa Filístia, a terra dos filisteus.
4. A Terra Prometida - tem este nome porque Deus
prometeu esta terra de Canaã para Israel para sempre.
5. Os Livros Históricos dão a história de Israel na
terra prometida de Josué até a restauração do templo e dos muros de Jerusalém
na época de Neemias.
3. Datas dos Livros Históricos. Veja o calendário
dos eventos da Bíblia.
1460 a. C. - 430 a. C. Os profetas maiores e os
profetas menores cabem nesta história de Israel: 1100 a. C. - 400 a. C.
4. Os Mapas.
Deve se familiarizar com os mapas do mundo e desta
região da terra prometida. Deve poder achar no mapa: Brasil, EUA, Europa,
África, Egito, Arábia, Turquia, Mar Mediterrâneo, Golfo Pérsico, Israel, Rio
Jordão, Palestina, China, Austrália, Rússia, etc.
5. Observações.
1. O Plano de Deus. Apesar de contratempos,
inimigos, maldade do homem e fraqueza do homem, o plano de Deus triunfa. Deus
está reinando na sua soberania e poder, e tudo vai conforme o plano dele. O
Todo Poderoso reina e triunfa! Olhe os exemplos.
Josué - um exército imponente vencendo os seus
inimigos pelo poder de Deus.
Juízes - Deus livrando o seu povo dos inimigos
pelos juízes.
Samuel, Reis e Crônicas - A monarquia estabelecida
e abençoada. Israel foi se afastando de Deus depois. Israel e Judá foram
levados cativos para receber a correção de Deus. Mas Deus restaurou Israel na
sua terra de novo porque Ele é fiel à Sua Palavra.
2. Remanescente. Podemos ver nestes livros
históricos que Deus sempre tem um remanescente que é fiel a Ele. O remanescente
sempre fica na minoria. Pode ser poucos fiéis, mas Deus sempre tem seu
remanescente. Noé, Josué e Calebe, Rute, Elias e os sete mil, Eliseu, os
profetas, Daniel, Sadraque, Mesaque, Abednego e Ester. E ainda tem!
3. A necessidade de entender esta história. Há uma
necessidade de aprender e entender esta história de Israel para melhor entender
os outros livros do Velho Testamento e do Novo Testamento. Observe alguns
exemplos disso.
Salmo 3 - escrito quando Davi fugiu de Absolão.
Salmo 51 - escrito quando Davi pecou contra Deus
com Bateseba.
Os temas e situações dos livros históricos e
proféticos citados nos outros livros do Novo Testamento.
Há muito ensino no Novo Testamento que está baseado
nos fatos destes livros.
4. Deus é soberano. É Deus que reina, controla e
faz a história do mundo, do homem e das nações. Esta verdade está claramente
mostrada nestes livros.
5. Bênção e Correção. A fidelidade a Deus traz a
bênção de Deus. A infidelidade a Deus traz o castigo e a correção de Deus.
Apesar de tudo, Deus é fiel à Sua Palavra.
6. O Salvador Jesus Cristo. Através dos séculos e
desta história podemos ver Deus operando para trazer ao mundo o Salvador. O fim
desta história é que Jesus Cristo nasceu.
LIVROS HISTÓRICOS (12 LIVROS):
- Josué
(Js): Josué foi fiel seguidor de Moisés através dos 40 anos de
peregrinação no deserto. Esteve com Moisés no monte Sinai e foi um dos doze
espias. Por conseguinte, Deus o chama para continuar na liderança de Seu povo,
conduzindo-o numa nova etapa: na conquista da Terra Prometida (Canaã). A forma
hebraica de seu nome era “Jesus”. Pelo fato de conduzir o povo de Deus à Terra
Prometida, podemos extrair muitas verdades espirituais, por ele ser um
protótipo (ou figura) de Jesus, que nos conduz à posse do Reino de Deus. O
livro é de fácil entendimento, mas é cheio de verdades e princípios
espirituais.
- Juízes
(Jz): Agora que se achava em sua terra, a nação hebraica, após a morte
de Josué, não tinha um líder nacional.Era uma confederação de doze tribos
independentes, sem qualquer força unificadora. Foi, sem dúvida, um período de
altos e baixo. O povo não levava o seu Deus muito a sério e estava
constantemente a lhe voltar as costas, caindo na idolatria. Dominada, mais ou
menos, pela anarquia e acossada às vezes pela guerra civil, cercada de inimigos
que de tempos em tempos procuravam exterminá-la, a nação hebraica teve
desenvolvimento muito lento, e não se tornou grande de fato até que foi
organizada em reino, nos dias de Samuel e Davi.
O texto
de Juízes 2:6 a 23 traça um quadro bem exato do que
ocorreu durante este tempo dos Juízes. Os juízes foram personagens (homens e
mulheres) que o Senhor destinou para libertar as tribos de Israel e a “julgar”
o povo do Senhor, em tempo de crise.
- Rute
(Rt): A graciosa história de Rute segue-se às cenas de turbulência do
livro dos Juízes. Neste livro temos a constituição da família, dentro dessa
nação, que traria o Salvador (o Messias). Rute foi bisavó do rei Davi. Daqui
por diante, através do resto do Antigo Testamento, o interesse circula
principalmente em torno da família de Davi e seus descendentes, pois, Jesus era
descendente de Davi. Os acontecimentos narrados no livro deram-se durante o
tempo dos juízes. Em meio à toda turbulência e instabilidade espiritual do
período dos Juízes, o Senhor, através de Rute, começa a agir para trazer uma
linhagem de Reis (segundo o coração divino) para Israel. Estes reis, a começar
de Davi, indo até Jesus, iriam trazer a libertação do Seu povo.
O livro de
Rute era lido durante a festa de Pentecostes, como celebração da colheita.
- 1º
e 2º Samuel (1Sm e 2Sm): Samuel foi o último dos juízes e o primeiro
dos profetas. Ele foi levantado por Deus em um período de transição, foi o elo
de ligações entre duas etapas do propósito de Deus no Antigo Testamento. At
3:24 confirma que Samuel foi o primeiro profeta, de uma linhagem
que lhe sucedeu.
Samuel nasceu
num período de declínio espiritual o qual passava a nação de
Israel. “Quando o Senhor lhes suscitava juízes, era com o juiz;
porquanto o Senhor se compadecia deles ante os seus gemidos, por causa dos que
os apertavam e oprimiam. Sucedia, porém,
que, falecendo o juiz, reincidiam, e se
tornavam piores do que seus pais, seguindo após outros deuses, servindo-os, e
adorando-os eles; nada deixavam das suas obras, nem da obstinação dos seus
caminhos...” (Jz 2:18-19). Durante o
período dos Juízes, a nação de Israel vivia em instabilidade
espiritual, períodos de altos e baixos, ora serviam ao Senhor, por
causa do caráter justo de algum juiz, mas após a morte deste, voltavam para
adoração a ídolos e apostasia. Quando não havia um líder justo: “... cada
qual fazia o que achava mais reto”, Jz 17:6; 21:25.
A situação
foi se agravando até os dias de Eli, sumo-sacerdote do período em que nasceu
Samuel. Os filhos de Eli, também sacerdotes, andaram em grande pecado diante de
Deus e do povo: “Era pois mui grande o pecado destes moços perante o
Senhor”, 1 Sm 2:17. Por causa disso, o Senhor
decidiu exterminar aquela linhagem sacerdotal, 1 Sm 2:25-26...
“Mas o jovem Samuel crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens.”
Deus sempre tem um MAS..., Ele sempre estará
suscitando um povo, uma comunidade profética, que terá a unção e
comissionamento de reverter toda a situação. “Então suscitarei para mim
um sacerdote fiel, que procederá segundo
o que tenho no coração e na mente; edificar-lhe-ei uma CASA
ESTÁVEL, e andará ele diante do meu ungido para sempre”;
(1 Sm 2:35).
Porém... Deus
deu um sonho a Samuel falando sobre o extermínio daquela atual linhagem sacerdotal...
“Crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas
palavras deixou cair em terra. Todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu
que Samuel estava confirmado como PROFETA do
Senhor. Continuou o Senhor a aparecer em Silo, enquanto por sua palavra se
manifestava ali a Samuel” (1
Sm 3:19-21).
· Feitos
de Samuel. A principal missão de Samuel foi levantar as bases do futuro Reino.
Isso é muito importante que entendamos. Para estabelecer a “casa estável” que é
o que estava no coração e mente do Senhor, Samuel, como profeta, juiz e sacerdote,
seguiu uma estratégia:
a) Estabeleceu
as escolas de profetas em cidades estratégicas. Se você olhar um mapa da
Bíblia, você notará que as cidades onde havia uma comunidade profética (Betel, Gilgal, Mispa - “Torre
de vigia”, Gn 31:48, 49 - e Rama -
“Ser alto”) faziam um cerco, muro de proteção para a cidade de Jerusalém. Estas
cidades (comunidades proféticas) eram, portanto, um muro de proteção e criadora
de uma unção, ao redor de Jerusalém (Sião). Aqui está a base para o próximo
passo.
b) Samuel
e Davi estabeleceram as normas do reino (1 Sm 10:25; 12:14, 15),
estabeleceram as funções na casa do Senhor. Semelhante comissionamento há sobre
os apóstolos e profetas no Corpo de Cristo atualmente (cf. Ef
2:19-22; 4:11-14).
c) Estabelecimento
do rei: Foi Samuel que ungiu Davi como sendo o rei
segundo o coração de Deus (1 Sm 16:13). Da descendência de
Davi nasceria o Messias, o Rei dos judeus, que inauguraria o Reino de Deus
sobre a terra.
Samuel viveu
quase até ao fim do reinado de Saul. Já os profetas Natã e Gade sobreviveram a
Davi. Havia íntimas relações de Davi, não só com o profeta Samuel, como com a
escola dos profetas em Rama. Este contexto de Profetas, Sacerdotes e Reis, é um
modelo do que Deus está restaurando hoje, em Seu Reino de Sacerdotes.
- 1º
e 2º Reis (1Rs e 2Rs): Os livros de Reis, no AT Hebraico, eram um
livro só e são, claramente, a continuação dos livros de Samuel. Narram,
resumidamente, o seguinte: 1. O reinado de Salomão; 2. A Divisão do reino e a
história paralela dos dois reinos (Reino do Norte – Israel, e Reino do
Sul – Judá), 1 Rs cap. 12. A história
subseqüente de Judá até ao Cativeiro na Babilônia. 1 Reis começa com a nação
judaica no seu apogeu. 2 Reis termina com a nação arruinada. Juntos, os dois
cobrem um período de uns 400 anos, aproximadamente, 1000 a 600 a.C..
- 1º
e 2º Crônicas (1Cr e 2Cr): Os doze livros precedentes da Bíblia
findaram com a narrativa do cativeiro da nação hebraica. Estes dois livros de
Crônicas contam de novo a mesma história (com alguns detalhes novos) e terminam
no mesmo ponto. São uma recapitulação de tudo que ocorreu,
dando especial atenção aos reinados de Davi, Salomão e aos reis subseqüentes de
Judá.
1 Crônicas é,
em parte, o mesmo que 2 Samuel. Trata apenas da história de Davi, prefaciando-a
com nove capítulos de genealogias. Estas cobrem o período de Adão à volta dos
judeus do cativeiro; é uma espécie de documento e de epítome de toda a história
sagrada anterior. Freqüentes referências se fazem a outras histórias, anais e
arquivos oficiais. “A História do rei Davi”; 1 Cr 27:24; “Crônicas de Samuel”,
o vidente; Crônicas do profeta Natã e Crônicas de Gade, o vidente”; 1 Cr 29:29;
“Livro da História de Natã, o profeta, profecia de Aías, o silonita, e as
visões de Ido, o vidente”; 2 Cr 9:29, dentre outros.
Vê-se, assim,
que o autor recorreu a diários e registros públicos que hoje não são
conhecidos. Também teve acesso a todos os livros anteriores do AT. Guiado por
Deus, transcreveu, omitiu ou acrescentou o que convinha ao propósito do seu
próprio livro. Sendo assim, temos nesta parte do AT uma narrativa dupla. Como
vimos no livro de Deuteronômio, a repetição aqui tem um propósito divino. Crônicas
se tornou um registro importante para o período da Restauração de Jerusalém,
depois do cativeiro babilônico, ocorrido sob a liderança de Esdras e Neemias.
Após a restauração de Jerusalém, todo elemento misto foi separado da nação de
Israel. Como isso poderia ocorrer, se não tivesse um registro muito bem
preparado. Os que não puderam provar sua linhagem, eram banidos por imundos
para o sacerdócio; Ed 2:59-62. Veja ainda: “Naquele
dia, se leu para o povo no Livro de Moisés; achou-se escrito que os amonitas e
os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus, porquanto não tinham
saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram
contra eles Balaão para os amaldiçoar; mas o nosso Deus converteu a maldição em
bênção. Ouvindo eles, o povo, esta lei, apartaram de Israel todo elemento
misto”. Ne 13:1-3. Na Restauração, tudo foi
restabelecido, segundo a Palavra do Senhor que outrora foi dita: As Festas
Fixas Ed 3:4, 5; Ne 8:13, 14; O
Sacerdócio, Ed 6:18; O sustento dos levitas; Ne
13:10, 11. Veja, ainda, Ne cap 8.
- Esdras
(Ed) e Neemias (Ne): Estes dois livros constituíam, originalmente, um
único. Estes são os livros que narram os acontecimentos referentes à volta do
povo judeu do cativeiro babilônico e a reedificação do templo e dos muros de
Jerusalém. Há um significado espiritual muito profundo com os dias em que
estamos vivendo. A Igreja de Cristo teve seu apogeu no período da Igreja
Apostólica Neotestamentaria. Depois, com a fusão da Igreja com o Estado, a
Igreja de Cristo entrou em um período de 1.000 anos de apostasia, conhecido com
Idade das Trevas (Idade Média). Mas, agora, o Senhor está restaurando a Sua
Igreja, passo a passo, de tempo em tempo, de geração em geração, conforme fala
Pedro:
“Arrependei-vos,
pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim
de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o
Cristo, que já vos foi designado, Jesus, ao qual é necessário que o céu receba até
aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos
seus santos profetas desde a antiguidade”. Atos 3:19 a 21.
- Ester
(Et): A história de Ester dá-se no mesmo período da Restauração de
Esdras e Neemias. O período de restauração é sempre um período de
oposição, contra os propósitos de Deus, conforme vimos largamente nos
livros de Esdras e Neemias, e agora no de Ester. Em Ester 3:7 a 15,
vemos que Hamã, o inimigo do povo de Deus, lança sorte (PUR), dia a dia, mês a
mês, para ver qual era um bom dia e mês para a morte de seus inimigos judeus.
Hamã tinha uma cultura babilônica e demoníaca. Ele usou os princípios da
cartomancia, astrologia e macumbaria para ver um dia de AZAR para seus
inimigos. A sorte caiu no dia 13 do 12º mês, mês de
Adar. O dia 13 sempre foi utilizado como dia de azar, de maldição, no mundo das
trevas.
Porém,
em Ester capítulo 8, vemos que o povo de Deus é
autorizado a RESITIR contra os seus inimigos. A intercessão violenta de Ester
moveu o coração do Rei para autorizar a MUDANÇA DA SORTE de seu povo. Foi
então, que Mordecai foi autorizado a escrever um edito, em NOME do rei Assuero
e usando o seu ANEL, para todos os judeus, onde o Rei concedia AUTORIDADE para
que eles defendessem suas vidas, para “destruir, matar e aniquilar de vez
toda e qualquer força armada do povo da província que viessem contra eles...” (versículos
9 a 11).
Ester
9:1-15 mostra que o povo de Deus matou os seus inimigos. A
HORA DA VIRADA e DA MUDANÇA DA SORTE (no dia 13). FESTA DE PURIM - Ester
capítulo 9:16-32. O livro de Ester encerra com a celebração desta
FESTA da virada da sorte. Mordecai estabelece mais esta Festa de Purim,
nos dias de Restauração, assim como o jejum e oração de Ester; 9:
26 a 32.